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segunda-feira, 26 de maio de 2014

Se Jim O'Neill sonhasse...

Quiçá “BRICS” possa ser o topo de uma articulação internacional que se apoie sobre a CELAC/UNASUL/MERCOSUL, União Africana e no novo bloco euroasiático impulsionado pela Rússia e China, tendo como sujeitos ex-repúblicas soviéticas do Oriente Próximo. As capacidades financeiras e, mais importante, políticas dos BRICS atraem não só a Argentina. Anteriormente, o Irã tinha expressado seu desejo de entrar no bloco, e muitos especialistas também estão discutindo a possível adesão à organização de Cazaquistão, Indonésia e México. Assim que o bloco tem muito boas perspectivas, acredita o representante do Instituto da América Latina Boris Martynov. “Países que conduzem uma política externa verdadeiramente independente em condições de evidente deterioração da situação internacional, de declínio crônico da autoridade do direito internacional – ao que está aplicando esforços o bloco anglo-saxão – esses países devem se manter juntos. Isso é completamente natural.”
Neste desenho, caberiam forças novas como a Locomotiva do Caribe, a Cuba renovada que nasce da abertura planejada e socialista liderada por Raúl Castro ou, ainda, a Locomotiva do Sudeste Asiático, o Vietnã, economia que será, em breve, a mais pujante daquela região. Um megabloco, enfim, de conteúdo político e econômico de peso, inédito desde Bretton Woods e as instituições do pós-guerra. Nada mais sintomático diante do desmanchamento dos valores e instituições justamente advindas deste período, mal interpretadas e deformadas pelo famigerado Consenso de Washington que adaptou tais perspectivas, após a maior tragédia geopolítica do século XX, a queda da URSS (segundo Vladimir Putin), ao ideário neoliberal.
 São trechos do artigo de Pedro Henrichs, publicados neste final-de-semana no blog do ex-ministro José Dirceu.

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